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Santa María, Mãe de Deus – C (Lucas 2,16-21)

Evangelio del 1 / Ene / 2025
Publicado el 26/ Dic/ 2024
por Coordinador - Mario González Jurado
evangelio, Pagola


ALEGRIA PARA TODO O POVO

Há coisas que só as pessoas simples sabem entender. Verdades que só o povo é capaz de intuir. Alegrias que só os pobres podem desfrutar.

Assim é o nascimento do Salvador em Belém: Não algo para os ricos e abastados; um acontecimento que só os cultos e os sábios podem entender; algo reservado a minorias selecionadas. É um acontecimento popular. Uma alegria para todo o povo.

Ainda mais. São pobres pastores, considerados na sociedade judaica como pessoas pouco honradas, marginalizados por muitos como pecadores, os únicos que estão acordados para ouvir as notícias. Também hoje é assim, embora, com frequência, os mais pobres e marginalizados tenham ficado tão longe da nossa Igreja.

Deus é livre. Por isso é acolhido mais facilmente pelo povo pobre do que por aqueles que pensam poder adquirir tudo com dinheiro. Deus é simples e está mais próximo das pessoas humildes do que daquelas que vivem obcecadas por ter sempre mais. Deus é bom, e é melhor entendido por aqueles que sabem amar-se como irmãos do que por aqueles que vivem egoísticamente, presos ao seu bem-estar.

Continua a ser verdade o que sugere o relato do primeiro Natal. Os pobres têm um coração mais aberto a Jesus do que aqueles que vivem satisfeitos. O seu coração contém uma «sensibilidade ao Evangelho» que nos ricos foi muitas vezes atrofiada. Têm razão os místicos quando dizem que para acolher Deus é necessário «esvaziar-nos», «despojar-nos» e «tornar-nos pobres».

Enquanto vivermos procurando a satisfação dos nossos desejos, alheios ao sofrimento dos outros, conheceremos diferentes graus de excitação, mas não a alegria que se anuncia aos pastores de Belém.

Enquanto continuarmos a alimentar o desejo de posse, não se poderá cantar entre nós a paz que foi cantada em Belém: «A ideia de que se pode fomentar a paz enquanto se alentam os esforços de posse e lucro é uma ilusão» (Erich Fromm).

Teremos cada vez mais coisas para desfrutar, mas elas não preencherão o nosso vazio interior, o nosso tédio e solidão. Alcançaremos conquistas cada vez mais notáveis, mas crescerá entre nós a rivalidade, o conflito e a competição implacável.

José Antonio Pagola
Tradutor: Antonio Manuel Álvarez Perez

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